Malformações congênitas do sistema nervoso central e as arboviroses zika, chikungunya e dengue: um estudo ecológico de 2017 a 2023 no Brasil.

Abstract

As arboviroses Zika, Chikungunya e Dengue são transmitidas principalmente por via vetorial, entretanto a transmissão vertical pode causar desenvolvimento de malformações fetais. Sabe-se que a transmissão do ZIKV ao feto causa a imunopatogênese mais descrita na literatura, esta pesquisa visa investigar uma possível correlação entre malformações neurológicas congênitas e as arboviroses citadas entre 2017 a 2023 no Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico observacional de análise quantitativa descritiva. As infecções pelo CHIKV e DENV, e os casos de microcefalia foram analisados nas semanas epidemiológicas, comparando os resultados nos estados do Brasil. Assim, foram utilizados dados de casos registrados pelo SINAN e RESP, disponibilizados pelo DATASUS. A análise estatística demonstrou os parâmetros das variáveis e realizou a correlação entre elas em uma população de gestantes e ou parturientes. Resultados e Discussão: Entre 2017 e 2023, o SINAN registrou 21.238 notificações de Chikungunya no Brasil, com 9.410 casos descartados e 11.828 confirmados. No mesmo período, foram notificados 73.013 casos de Dengue, sendo 26.931 descartados e 46.082 confirmados. O RESP identificou 6.666 notificações de microcefalia, com maior incidência em 2017 e menores quantidades nos anos subsequentes, chegando a 588 casos em 2023. Conclusão: Conclui-se que há um padrão de distribuição temporal nos casos analisados, especialmente nas primeiras semanas epidemiológicas. A dengue foi a arbovirose mais notificada, com predominância em São Paulo. Observa-se que o segundo trimestre gestacional pode apresentar uma janela de vulnerabilidade para malformações congênitas associadas a arboinfecções especialmente afetando o SNC.