Aplicação de gentamicina intratimpânica em pacientes com doença de meniere incapacitante: é possível melhorar a qualidade de vida do paciente?.

Abstract

A Doença de Meniere (DM) é definida como uma patologia que acomete o labirinto, sem etiologia determinada. A fisiopatologia da DM é constituída pela hidropsia endolinfática e apresenta diversos sintomas audio-vestibulares, sendo os principais: tontura rotatória com duração de pelo menos 20 minutos, zumbido, plenitude aural e hipoacusia flutuante. A apresentação dos sintomas pode ser bilateral, em intensidades variadas, bem como geram diferentes complicações. Quando os sintomas audio-vestibulares surgem a partir de uma etiologia identificada, temos a definição de Síndrome de Meniere (SM). Epidemiologicamente, a DM tem maior prevalência em indivíduos do sexo feminino, em especial a partir da 4a década de vida. Além disso, o tratamento envolve diversas abordagens, sendo possível a adoção tanto de medidas de prevenção quanto terapêuticas. O prognóstico varia de acordo com o tempo de evolução e definição do diagnóstico da moléstia, assim como o início e eficácia da terapia adotada. Não obstante, apesar do prognóstico variado, a DM é responsável por uma deterioração considerável da qualidade de vida dos pacientes, uma vez que pode gerar tontura incapacitante e ataques de queda (drop attacks). Nesse cenário, a terapia baseada na aplicação de Gentamicina intratimpânica, tem como uma de suas possibilidades a regressão dos sintomas incapacitantes da DM em pacientes refratários, assim como diminui consideravelmente a necessidade de intervenção cirúrgica, posto que possui índices satisfatórios de sucesso.