Sobrevida pós-ressuscitação cardiorrespiratória no brasil: revisão de literatura.

Abstract

Introdução: A parada cardiorrespiratória (PCR) é a intermissão imediata da função mecânica cardíaca, eficaz e suficiente. A PCR é uma situação grave, responsável por um alto índice de morbimortalidade, mesmo em um ambiente ideal, por isso sempre será um quadro extremo de emergência, pois o declínio hemodinâmico, por decorrência, pode acontecer sincronicamente ou sucessivamente após a apresentação dos sintomas. Em meio a esse cenário drástico que é uma PCR, é importante ressaltar que o tempo é uma variável fundamental, pois uma probabilidade de sobrevida é perdida em, aproximadamente, 10% a cada minuto que perdura a PCR, indicando uma ágil identificação e conduta das manobras apropriadas. A intervenção adotada na tentativa de resgatar a vida desses pacientes é a ressuscitação cardiorrespiratória (RCP), na qual tem potencial de melhorar o desfecho à medida que executada de maneira eficiente e precoce. Uma variedade de condições, a partir de uma constatação precoce até a qualidade do suporte básico e avançado de vida, além de todas as cautelas após a ressuscitação são circunstâncias relevantes na sobrevida dos pacientes pós-parada cardíaca. Percebe-se, portanto, que entender por que os pacientes morrem por determinada doença é fundamental para aprimorar a sobrevivência com um tratamento direcionado. No entanto, na literatura quase não existem estudos abrangentes que demonstram a epidemiologia da sobrevida e mortalidade dos pacientes que receberam os cuidados de RCP frente a uma PCR no Brasil. Objetivo: O objetivo geral do estudo busca identificar, através de estudos publicados, as taxas de sobrevida dos pacientes que tiveram um evento de PCR e foram submetidos a uma RCP. Métodos: A metodologia utilizada para essa revisão de literatura foi baseada no PRISMA. As referências foram consultadas nas bases de dados PubMed, Scielo e Google Scholar e os critérios de inclusão foram preenchidos por 7 artigos. Resultados e Discussão: Nos 7 artigos analisados, 3 somaram 773 pacientes que foram submetidos à RCP em ambiente extra-hospitalar e os outros 4 artigos resultaram em 1354 pacientes que receberam essa intervenção de RCP no âmbito intra-hospitalar. No total todos os artigos somaram 2127 pacientes. Nos artigos voltados para o âmbito extra-hospitalar, as taxas de sobrevida imediata encontrada foram de 20%, 23,6% e 25,1%. Nos artigos voltados para o âmbito intra-hospitalar, as taxas de sobrevida imediata foram de 23,7%, 47,6%, 52,3% e 58%, e as taxas de sobrevida em 30 dias foram de 5,5%, 7,4%, 16,2% e 27,7%. Conclusão: Os artigos voltados para o ambiente intra-hospitalar tiveram as taxas de sobrevida com médias abaixo da encontrada na literatura internacional e os relacionados ao ambiente extra- hospitalar não puderam ser comparados com a literatura pela falta de dados em longo prazo. Os dados epidemiológicos da sobrevida de uma PCR ou pós-RCP no Brasil ainda é bastante escassa, o que torna muito limitado a mensuração precisa de como está à expectativa de sobrevida desses pacientes no país necessitando de mais estudos abrangentes voltados para esse tema.