Tempo isquêmico do aloenxerto no transplante cardíaco: novas perspectivas com o Organ Care System.

Abstract

A doença cardiovascular é a principal causa de óbito em todo mundo, sendo sua principal complicação a insuficiência cardíaca. Nos casos graves e refratários, o transplante cardíaco é o padrão-ouro para o tratamento. Objetivo: Esse trabalho busca analisar os achados que a literatura traz acerca da utilização do Organ Care System (OCS) como nova abordagem na preservação do aloenxerto no transplante cardíaco que visa a melhoria da oferta/demanda de órgãos, redução do tempo isquêmico e da falha primária do aloenxerto (FPE) em comparação a preservação hipotérmica. Metodologia: Realizou-se uma revisão de literatura sobre o tema e utilizou-se os bancos de dados SCIELO, MEDLINE e PUBMED mediante o uso dos descritores: “Heart transplantation” AND “ Cold ischemia” AND “ organ care system”. Foram selecionados 20 artigos dos últimos 10 anos para compor o trabalho. Resultados: O transplante pode ser feito usando o método de preservação do órgão em hipotermia ou em estado fisiológico, com OCS. O OCS amplia o tempo viável do aloenxerto, reduzindo o tempo de isquemia e mantendo em solução próxima da fisiológica, além de aumentar o raio geográfico entre doador-receptor em comparação à preservação hipotérmica. Considerações finais: Apesar da preservação hipotérmica ser amplamente utilizada, ela apresenta limitações relacionadas ao tempo isquêmico que o OCS visa amenizar, promovendo menor índice de FPE. Apesar disso, é esperado que haja maiores pesquisas a respeito dos seus benefícios a fim de ampliar sua adoção a nível mundial e, assim, reduzir o desequilíbrio entre oferta e demanda de órgãos para transplantes cardíacos.