A influência dos determinantes sociais de saúde na mortalidade por dengue no DF: estudo transversal com análise comparativa entre as sazonalidades 2022/2023 e 2023/2024.

Abstract

As arboviroses urbanas estão entre os maiores desafios da saúde pública, sendo a dengue a

protagonista. O Distrito Federal (DF) tem a maior concentração de população da região Centro- Oeste, e esse fator, associado a outros, propiciou na última década um aumento exponencial da

incidência de dengue. Este trabalho trata-se de um estudo transversal, com objetivo de avaliar a relação entre os Determinantes Sociais de Saúde (DSS) e o perfil dos casos prováveis de dengue notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, em residentes do DF, no período da sazonalidade 2022/2023 e 2023/2024. Nesse período, o total de casos notificados foi de 300.571, sendo 24.768 na primeira sazonalidade e 275.803 na segunda. Óbitos pelo agravo ocorreram apenas na segunda sazonalidade, totalizando 410, dos quais o sexo feminino (51%, p>0,05), a raça parda (54%, p<0,05), a idade ≥ 80 anos (27%, p<0,05) obtiveram as maiores prevalências. A distribuição geográfica dos casos entre as regiões administrativas destaca o Lago Norte, SCIA, Samambaia, São Sebastião e Ceilândia com as maiores taxas de mortalidade. Os valores estatísticos significativos (p<0,05) foram em SCIA e Ceilândia, sugerindo que outros fatores além da localização podem estar influenciando a letalidade da doença. Dessa forma, considera-se que os DSS desempenham um importante papel no aumento da gravidade e letalidade desse agravo.