A prevalência da violência sexual contra criança no Distrito Federal e sua abordagem na emergência pediátrica.

Abstract

A violência sexual fere os direitos da criança bem como sua dignidade, o direito à vida, à liberdade e à segurança. É de conhecimento geral que muitos casos de violência permanecem em sigilo no ambiente familiar, escolar, entre outros. No Brasil, o Sistema de Vigilância de Violência e Acidentes (VIVA) permite registrar e dar visibilidade aos casos de violência no âmbito dos serviços de saúde. O intuito deste trabalho é demonstrar a prevalência da violência sexual contra crianças no Distrito Federal a partir de análises de notificações do VIVA contínuo no ano de 2021. Trata-se de um estudo transversal, epidemiológico, descritivo tipo quantitativo, manuseando dados das fichas de notificações de violência sexual contra infantes. Os casos de violência sexual contra criança corresponderam a 11,1% (525) do total de casos notificados (4723), segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SinanNet / Ministério da Saúde). A violência sexual é mais prevalente na faixa etária de 5 a 9 anos (49,3%). Porém, quando analisadas por sexo, a prevalência é quase cinco vezes maior no sexo feminino que no sexo masculino. Da mesma forma, o maior índice de violência sexual em relação ao local da ocorrência é na residência (89,3%). O percentual de campos ignorados ou em branco é alto, principalmente relacionados à raça/cor. Entre as estratégias de conduta na emergência pediátrica, ressalta-se que a intervenção é multidisciplinar, cabendo ao profissional identificar, notificar e intervir diante de um caso suspeito de violência sexual.