Eventos adversos dermatológicos da imunoterapia com inibidores de checkpoint.

Abstract

Os inibidores de checkpoint imunológicos (ICI) são uma terapia promissora no tratamento oncológico moderno, porém estão relacionados a uma gama de eventos adversos (EA) cutâneos. Dessa forma, esse artigo tem como objetivo apresentar os principais efeitos cutâneos relacionados aos inibidores do antígeno 4 associado aos linfócitos T citotóxicos (Anti-CTLA-4), inibidores da proteína 1 de morte celular programada (Anti-PD-1) ou o seu ligante (Anti-PD-L1). Ademais, discute-se também o mecanismo de toxicidade pelo qual essas reações acontecem, bem como seu manejo adequado. Trata-se de uma revisão de literatura quantitativa e descritiva, com coleta de artigos dos últimos cinco anos, executada nos bancos de dados PubMed, Scopus, Web of Science, Scielo e Cochrane Library. Verifica-se que o uso combinado das drogas Anti-CTLA-4 e das Anti-PD-1/ PD-L1 oferece maior toxicidade cutânea na imunoterapia. Constata-se, também, um amplo espectro de manifestações cutâneas adversas, entre elas, as mais reportadas incluem erupção maculopapular e prurido. Em menor proporção, registra-se reações graves, como a Síndrome de Stevens-Johnson/ Necrólise Epidérmica Tóxica, ou alterações nos cabelos e nas unhas. Foi recomendado um sistema de classificação que correlaciona área de superfície corporal acometida com medidas específicas para controle dos EA cutâneos, como aplicação de esteróides sistêmicos ou descontinuação da imunoterapia. A identificação precoce dos EA cutâneos advindos da imunoterapia permite um gerenciamento efetivo das reações, limitando o agravamento das lesões e amenizando o prejuízo da qualidade de vida e da terapêutica anticâncer dos pacientes.