Manejo de fase aguda do paciente grande queimado pediátrico.

Abstract

O paciente pediátrico classificado como “grande queimado” tem por conceito uma queimadura igual ou superior a 10% da superfície corpórea. Tal trauma causa alterações fisiológicas com repercussões além do tecido de revestimento, com comuns complicações hemodinâmicas, lesões de órgão alvo e complicações infecciosas que evoluem facilmente para sepse. As alterações precoces dizem respeito a desidratação, resposta inflamatória sistêmica e ao edema exacerbado. Primeiro, a desidratação é por perda de plasma na área acometida, posteriormente agravada pelo edema, com desvio de água das vias aos tecidos. Obstrução de vias aéreas ocorre por lesão direta do trato respiratório, causada pelos agentes inalados e suas temperaturas, ou devido ao edema das vias, ocluindo passagem de ar. Devido às particularidades do público, o manejo requer uma equipe especialmente treinada. Crianças têm menor tolerância à variação volêmica, necessitando de minucioso balanço hídrico. Assim, o cálculo de superfície acometida e volume necessário para reidratação devem ser realizados com o diagrama de Lund e Browder e Fórmula de Galveston. Para aprofundar o tratamento, o trabalho se limita ao manejo de pacientes pediátricos na faixa dos 1 aos 9 anos de idade, acometidos por queimaduras por fonte de calor. Para seleção das referências, foram utilizados os descritores Mesh “burn”, “pediatric” e "fluid therapy” no PubMed, restringindo o período de publicação para os últimos 5 anos e excluindo “chemical” e “ electric”. Além, tratando-se de uma temática conhecida e com conduta estabelecida, foram incluídos livros e manuais de referência. Ademais, foram debatidos critérios de avaliação para suspeita de maus tratos.