Sociedade de controle: um panorama da discriminação racial nas relações laborais.

Abstract

Há inimagináveis formas de discriminação que a noção de raça engendra. As teorias cientificas sobre as variações entre os seres humanos serviram de base para explicar as projeções raciais e encobrir a exploração econômica dos grupos marginalizados. Essas concepções enfatizavam principalmente as características fenotípicas, como a cor da pele, o formato dos lábios, do nariz e a textura do cabelo, o que resultava em uma estigmatização biológica dos negros. Além desse estigma biológico, havia também um estigma intelectual. Como resultado dessa concepção, aqueles que são considerados “diferentes” eram e ainda são vistos como duplamente inferiores. Dessa forma, essa concepção, foi usada para explicar a exploração realizada por aqueles que se consideram mais evoluídos, alegando que os “diferentes” eram menos capazes e, portanto, menos iguais. Sendo assim, o objetivo do estudo é, portanto, mapear a existência de casos de racismo institucional nas relações de trabalho e como esse mecanismo demonstra a desigualdade social. A metodologia para desenvolvimento do estudo será focada em análise de abordagem qualitativa, análise aprofundada dos conceitos mais importantes sobre os tipos de discriminações raciais nas relações de trabalho e estudo de um caso em que houve reconhecimento judicial de discriminação na relação laboral em razão da raça. Como resultado do estudo evidencia-se, que, atualmente, ainda ocorre discriminação nas relações de trabalho seja em multinacionais ou em pequenas empresas. Revela-se como conclusão do estudo os efeitos jurídicos, institucionais e sociais provocados pelo fenômeno da discriminação racial laboral e como o sistema normativo brasileiro tem enfrentado os casos de discriminação racial nas relações de trabalho postos a sua análise.