Tratamentos conservador e radical dos ameloblastomas.

Abstract

O ameloblastoma (AM) é um tumor odontogênico benigno, de origem epitelial, de caráter agressivo e crescimento lento, que acomete o complexo maxilomandíbular, sendo mais frequente na mandíbula. Apresenta variantes de acordo com suas características clínicas, histopatológicas e comportamento biológico, sendo classificado em: convencional ou sólido (AS), unicístico (AU), periférico, adenóide e metastático. Na maioria dos casos é assintomático, dificultando a percepção por parte do paciente porém, quando existem sintomas, estes incluem: edema, dor, deslocamentos dentários, assimetria e parestesia por compressão de nervos. Seu diagnostico geralmente é feito por meio da associação dos aspectos clínicos, radiográficos e histopatológicos. O tratamento do AM ainda é muito discutido na literatura, sendo decidido de acordo com idade do paciente, complexidade do caso e sobretudo pelo seu tipo histológico. O seu tratamento pode ser de forma radical, por resecção óssea e margem de segurança, tendo em vista o alto índice de recidivas ou pode ser conservador pela descompressão por marsupialização ou outras técnicas, seguida de enucleação após a redução do tumor, visando amenizar as sequelas do tratamento radical. O objetivo desta pesquisa é demonstrar, por meio de revisão de literatura as formas de tratamento do ameloblastoma e verificar a viabilidade e eficiência do tratamento conservador. Para elaboração deste trabalho foram selecionados 20 artigos da Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde (MS), Scientific Electronic (SciELO) e do Pub Med e um capítulo de dois livros. Os resultados demonstraram que o tratamento radical foi e ainda tem sido o tratamento de escolha para o AS pois, as taxas de recorrência são muito mais baixas. O tratamento conservador tem sido mais usado para as variantes histológicas luminal e intraluminal do AU. Entretanto, no intuito de minimizar os prejuízos físicos e psicológicos do tratamento radical, recentemente, alguns autores têm proposto uma abordagem inicial mais conservadoras para todos os tipos de AM, com exceção dos metastáticos. O tratamento radical somente é indicado quando necessário ou após uma recorrência. Assim, mesmo os casos de ameloblastoma multiloculares, têm sido tratados com a enucleação completa, preservando a base da mandíbula, sempre que possível, associada à técnica de descompressão, com manutenção da cavidade aberta, com ou sem uso de stent. Entretanto este tratamento deve ser seguido de um rigoroso acompanhamento clínico e radiográfico pois, as recidivas são mais frequentes. A presença de anticorpo anti-BRAF V600 na maioria dos AM poderá no futuro determinar uma nova terapia para estes tumores.