Síndrome vasoplégica e agentes vasopressores: a necessidade da formalização de um protocolo terapêutico.

Abstract

A síndrome vasoplégica é uma entidade pouco conhecida, caracterizada por uma alteração na perfusão, consequente a uma queda profunda na resistência vascular sistêmica, sobretudo, após cirurgias cardíacas. O tratamento e manejo desta condição é baseado na utilização de agentes vasopressores. A terapia de primeira linha é a utilização de noradrenalina, contudo, por não haver um protocolo terapêutico definido, outras drogas vêm sendo utilizadas na abordagem terapêutica. O objetivo desse estudo é salientar as especificidades e características da síndrome vasoplégica e discutir as principais medicações para o manejo desta, ressaltando seus mecanismos de ação, indicações e efeitos adversos. O estudo foi realizado através de uma revisão narrativa da literatura por meio das plataformas: PubMed/MEDLINE e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Os descritores utilizados foram “Vasoplegic Syndrome”, “Cardiac Surgery” e “Vasoplegia”. A análise dos artigos selecionados para esse estudo, evidenciou que comparando a eficácia das medicações utilizadas na síndrome vasoplégica, o uso de altas doses de noradrenalina, bem como, seu uso isolado, aumentou a mortalidade dos pacientes. Assim, a associação com vasopressina demonstrou ser superior, ao diminuir a morbimortalidade e a necessidade de doses elevadas de noradrenalina. Em pacientes refratários, a adição de outras medicações torna-se necessária. O azul de metileno e a hidroxicobalamina utilizados em conjunto, foram capazes de manter a pressão arterial média de forma sustentada. Além disso, a angiotensina II demonstrou efeito semelhante na manutenção da pressão arterial média. Em suma, as investigações acerca das medicações utilizadas para o tratamento da síndrome vasoplégica são promissoras. Dessarte, com base nos achados desse estudo, a noradrenalina e a vasopressina são recomendadas como terapia de primeira linha, contudo, é mister a formalização de um protocolo terapêutico para minimizar riscos e complicações associadas à síndrome vasoplégica.