Manifestações conjuntivais precoces na COVID-19: uma hipótese diagnóstica para contenção viral.

Abstract

Objetivos: Identificar manifestações oculares precoces na COVID-19 e avaliar em que fase elas surgem a fim de obter uma suspeita diagnóstica oportuna com o intuito de frear a propagação da doença. Ademais, buscar a história das pandemias vivenciadas pela humanidade. Métodos: Estudo transversal qualitativo de revisão, utilizando-se os descritores “conjuntiva” AND (COVID-19 OR COVID19 OR SARS-CoV-2), pesquisados nas bases de dados PubMed. Não houve restrição de idiomas, sendo selecionados artigos em inglês, português e espanhol. A segunda etapa feita na plataforma PubMed, usaram-se os descritores SARS-CoV-2 AND “eye manifestations” e identificados 7 artigos de 2020 e 2021. A terceira parte foi realizada na revista “Ciência Elementar” – 2020 – para buscar a história das pandemias. Resultados: Foram encontrados 125 artigos dos quais 16 foram selecionados para leitura do texto completo. Menos de 5% dos pacientes apresentaram manifestação oftalmológica. Pacientes com pneumonia grave têm prevalência maior de sintomas oculares. Pacientes internados por COVID-19 e sintomas oculares apresentaram quadros com pior prognóstico. As manifestações oculares mais prevalentes foram congestão conjuntival e conjuntivite e podem ocorrer no início da doença. A congestão conjuntival pode ser um sinal precoce da doença e pode surgir antes dos sintomas sistêmicos. Conclusão: As manifestações conjuntivais podem ocorrer no início da COVID-19. Portanto, elas devem levar à suspeita da doença e alertar para a infecção e o diagnóstico oportuno indicando necessidade de isolamento para quebrar a transmissão viral. Além do mais, sugere-se que usar proteção ocular ou facial e não tocar nos olhos contribui para a diminuição da contaminação viral.