Exenteração transpalpebral em suíno: relato de caso

Abstract

As cirurgias oftálmicas em animais de produção estão quase sempre relacionadas ao valor econômico do animal. A maioria dos procedimentos cirúrgicos são para intervenção em órbita, pálpebras, membrana nictitante, sistema nasolacrimal e conjuntiva. Entre as cirurgias oftálmicas, destaca-se a enucleação, exenteração e evisceração. A exenteração visa a remoção de globo, conteúdo orbitário e pálpebras. O sistema visual dos vertebrados é bastante complexos, composto pelas túnicas fibrosa, vascular e nervosa. Além destas, existem os anexos oculares que são glândulas acessórias, pálpebras, cílios, conjuntiba, aparelho lacriamal e músculos extraoculares. Em suínos, roedores de laboratórios e ruminantres, existe uma particularidade anatômica, que é a presença de uma glândula sudorípara modificada denominada glândula de Harder que é responsável pela produção de secreções lipídicas que participa da composição do filem lacrimal. No dia 12 de março de 2018, foi encaminhado a um serviço veterinário no Distrito Federal um suíno da raça Piau, que após ser encontrado em sua baia com sinais de briga apresentou úlcera de córnea no olho esquerdo. Após ser instituído um tratamento clínico terapêutico o animal não apresentou melhora e foi submetido a um procedimento de anucleção transpalpebral. Ao cabo de dois dias o animal apresentava cicatrização parcial e a presença de uma secreção translúcida, advinda da glândula de Harder. Em outro serviço veterinário, o animal foi submentido ao procedimento de exenteração transpalpebral. Após 30 dias da técnica de exenteração transpalpebral o animal apresentava cicatrização total da ferida cirúrgica e ausência da secreção originária da glândula de Harder. Deve-se levar em consideração a existência dessa particularidade anatômica, visto que a presença do globo ocular a produção de lágrima não é mais necessária.